Fairy Tales

Nome da fic: Fairy Tales
Sinopse: Dois irmãos vão passar o final de semana na casa fora. Separados, são tediosos e tranquilos. Mas juntos? São um verdadeiro inferno! Arteiros que só eles sabem como. Acabaram sendo gentis com o avô, e decidiram fazer uma limpa na casa. No sotão, acharam um baú cheio de livros. A menina pegou dois, e o menino só um -e sem se interessar muito. Chegou a noite, ambos foram para os quartos, cada um para o seu. E enquanto a menina tinha doces sonhos sobre princesas, o menino cai no mundo dos livros, arrastado por uma assombração.
Categoria: Original.
Gêneros: Aventura; comédia; drama; mistério; poesia; romance.
Avisos: -
Autora: Eu. :3 [/Alice-sama s2 no único site em que foi postado, Nyah! Fanfiction
Classificação: +13.
Terminada: Não.





Marcava seis horas no relógio. Uma mulher enrrolada em um roupão cor-de-rosa abriu a porta de um dos quartos do extenso corredor amarelado. Sentou-se na ponta de uma cama, que tinha um lençol azul-bebê todo amarrotado. Os braços que antes estavam cruzados, desfizeram o nó e passaram a chacoalhar alguém que dormia tranquilamente, envolto ao edredom macio.

O que dormia, por sua vez, despertou. Deu alguns remungos e virou-se para o outro lado, discutindo silenciosamente com a mulher. Era muito cedo e não queria nem mesmo abrir os olhos, quanto mais se levantar -ou fosse lá o que a mulher queria. Ela chacoalou-o mais uma vez, isso o fez acordar repentinamente.

- O que foi? - perguntou o menino descabelado, que antes dormia.

- Ora ora, não lembra do que combinamos ontem, Jack?

- Combinamos o que?

Ela suspirou e balançou a cabeça decepcionada.

- Nós combinamos que: você e sua irmã iriam passar o fim de semana na casa do vovô, e ajudá-lo no que fosse preciso.

- Ah, mãe, por que temos que ir? Eu não estou a fim, e tenho certeza de que Eva também não está.

- Não fale assim! Agora, vá se arrumar, não quero que deixe seu avô esperando.

A mulher deu-lhe um beijo na testa, não dando tempo nem de o rapaz retrucar a "proposta" feita por ela. Ele apenas afundou o rosto uma última vez no travesseiro, controlando-se para não ser grosso com a mãe. Jack podia ser teimoso com todos, até mesmo mal-educado com qualquer outra pessoa, mas não com sua mãe. Isso era uma consequência.

Dez minutos depois, o rapazinho louro dos olhos azuis já estava de pé, com roupas ligeiramente rebeldes e de malas prontas. Uma menina também loira de cabelos curtos -mas de olhos verdes-, fazia muito esforço para descer a escada com as malas.

- Vai se mudar pra casa do vô, Eva? - perguntou ele, num tom malicioso.

- Cale-se! - respondeu a menina, jogando as malas escada a baixo.

Sem dificuldade, pulou os onze degraus que ainda faltavam para chegar ao chão. Estava toda arrumadinha, maquiada e bem-pentiada. O irmão mais velho parecia um morador de ruas comparado a ela. A mãe de ambos parou em frente aos dois. Ainda estava com seu roupão cor-de-rosa, mas agora, Jack podia ver que tinham várias borboletas bordadas no tecido aveludado.

Ele fez uma cara emburrada, não estava com vontade nenhuma de ir visitar o avô, muito menos se fosse para passar o final de semana com o velho. E, como quem pode ler pensamentos, a mãe de Jack olhou-o má e tortamente. Ele apenas sorriu sem-graça, se fingindo de inocente.

Todos saíram da casa, as crianças levavam as malas enquanto Sharon -a mãe- se aquecia já dentro do carro, era uma manhã fria, e os dois só perceberam isso quando saíram pra colocar as bolsas no porta-malas. Sharon ouviu alguns chochichos e remungos vindo dos dois, ela apenas bocejou cansada. Os dois entraram no carro e ela deu partida.

Após uma meia-hora de "viagem", finalmente chegaram no local que tanto queriam passar longe, a casa do vovô. Os três saíram do carro, Jack e Eva pegaram as malas anquanto Sharon cumprimentava o velho Milton que havia acabado de passar pela porta. As duas criançinhas se viram em apuros, a casa estava extremamente suja e estava caindo aos pedaços por fora, imagine então como seria por dentro.

- Será um longo final de semana... - disse o menino, incrédulo.

- Cale-se! - seria a única coisa existente no vocabulário dessa menina? É um caso a se pensar.

Ele tinha as mãos no bolso do agasalho e chupava um pirulito, ela jogava um jogo no celular enquanto escutava música com fones enormes. Milton e Sharon se aproximaram dos dois.

- Nossa, mas como cresceram! Já estão com dez aninhos, não é mesmo? - perguntou ele retóricamente, discontraído.

- Eu tenho 13, vovô. - falou Eva, meio emburrada.

- E eu 15. - disse Jack, tão emburrado quanto ela.

Sharon se despediu das crianças, e foi embora, junto ao carro. Jack olhou apreensivamente o veículo, até ele sumir de vista. Deu um longo suspiro.

- Adeus, civilização. - disse ele, tendo como resposta uma cotovelada de Eva.

Sorte que Milton era meio surdo, e não deveria ter ouvido. A menina olhou o irmão num sinal de reprovação, já estava cheia de atitudes como essa.

- Ah, sim. - disse o velho, coçando a cabeça. - Vamos, entrem! Aqui fora está muito, muito frio.

E entraram na casa. Na realidade, não era tão decepcionante como pensaram. Tinha televisão, ar condicionado, computador, e cada um teria seu quarto. O avô deles não exigiu nada, nem mesmo uma ajuda com a limpeza como sua mãe havia mensionado. Mas, ficaram com um pouco de dó no final das contas, e acabaram sendo gentis com o avô, decidindo fazer uma limpa na casa -que estava uma verdadeira imundice, apesar de tudo.

Muito, muito tempo fazendo a limpeza. Estava na vez do último andar do modestro sobrado ser limpo, o sotão. Mesmo com toda a preguiça, subiram a escada bamba com certa dificuldade. A primeira coisa que avistaram foi um baú esverdeado, Eva ficou encantada com os desenhos prateados que tinham por fora, e decidiu abrir. Ele estava cheio de livros velhos, nada muito interessante.

Depois de tudo isso, o relógio marcava as onze horas, precisavam ir dormir. A menina, pegou uns dois livros sobre princesas, e mesmo tendo 13 anos, percebia-se que ainda gostava dessas coisas. O menino não tinha muito gosto por leitura, mas pegou um livro qualquer, sem nem mesmo dar valor.

Cada um foi para o seu quarto, mas nenhum dos dois tocou no livro depois daquilo, estavam muito cansados. Eva sonhava com as princesas e com os finais felizes que essas histórias costumavam ter. Jack ainda não havia dormido, estava pensando em como sua casa era ótima em comparação àquele lugar, mesmo com todos os males. Quando estava estava quase pegando no sono, deparou-se com uma figura horrível em seu quarto. Era uma menina toda ensanguentada, ela estava chorando e de repente, estava estrangulando-o. Sentia-se tonto, estava sem ar. Não se viu mais nada. Ele desmaiou.

Continua *-*
Ameii ^^